quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

AIKIDO





Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Aikido



Informação geral
Local de origem
Grafia
Nome nativo
Kanji: 合気道
Romaji: Aikidō
Relação com outras modalidades
Antecedente(s)
Descendente(s)
Praticantes notórios
Aiquidô[a] (em japonês: 合気道, aikidō) é uma arte marcial criada no Japão na década de 1940 pelo mestre Morihei Ueshiba (1883-1969), cujo cerne orbita em torno do uso pragmático da energia num combate, no controlo desse fluxo. Os praticantes desta arte respeitosamente chamam seu criador de O-Sensei ("grande mestre"), ou Fundador.[1]
Ueshiba concebeu o aiquidô a partir da sua experiência com dezenas de artes marciais mas com o núcleo baseado na escola vetusta do daito-ryu aiki-jujutsu, com sensei Sokaku Takeda, ao qual incorporou técnincas do kenjutsu (técnica da espada) e do jojutsu (técnica do bastão curto). Noutra mão, a despeito da origem guerreira, o carácter distintivo reside do modo preciso em não se opor ao adversário, mas, antes de qualquer coisa, envolvê-lo e utilizar de sua própria agressividade e energia. E, conforme o nome da arte sugere, toda sua prática está intimamente relacionada ao conceito de ki, uma energia natural que flui no corpo humano: o aiquidô extrapola e faz do controle/harmonização do ki sua mola mestra, isso claro no estudo do provecto princípio do aiki (relacionado ao kiai), que tem estado presente nas mais diversas disciplinas orientais e pretende resolver uma deficiência não pelo choque mas pela concórdia.[2]
Outro atributo de relevo da arte é seu apego ao desenvolvimento espiritual. Isso advindo dum dos mentores de Ueshiba, o monge Onisaburo Deguchi, líder da seita Oomoto-kyo, no Japão, a quem, depois de um encontro fortuito, passou a seguir e ser protector pessoal.[3]
Após seu passamento, a unidade da arte marcial manteve-se quase intacta, permanecendo precipuamente sub a condução de seus sucessores naturais, Kisshomaru Ueshiba (1921-1999) e Moriteru Ueshiba (1951). Isso, todavia, não impediu que outras entidades surgissem, cada qual com uma proposta e uma lobrigação particular sobre a modalidade. Porém, ao praticante realmente comprometido, chamado de aiquidoca, resta a consciência de sua origem.[4]

  •  
História

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O-Sensei Morihei Ueshiba
Morihei Ueshiba nasceu no Japão no dia 14 de Dezembro de 1883 e faleceu em 26 de abril de 1969. Durante a infância, presenciando com frequência malfeitores espancarem seu pai por problemas políticos, decidiu fazer-se forte para poder se vingar.[5] Tornou-se experto em vários modalidades de disciplinas de combates, alguns estilos de jiu-jitsu, espada e lança, mas, apesar de suas impressionantes capacidades físicas e marciais, sentia-se insatisfeito.[6]
Ueshiba, então, voltou-se para o estudo religioso, na esperança de encontrar um significado mais profundo para a vida. Esse aspecto religioso, combinado com treino e com suas algumas correntes ideológicas e políticas, criou a cércea na qual uma novel arte marcial. A bem da verdade, o aiquidô surgiu de um processo de evolução pessoal e que ficou marcado como paradigma a ser seguidos pelos aiquidocas. Por exemplo, o nome da arte somente foi cunhado em meados de 1942, sendo antes referida como aikibudo e aikinomichi.[7]
De qualquer forma, arte marcial não surgiu senão na metade inicial do século XX. Antes, era basicamente uma ideia na mente de seu fundador, que permanecia a treinar as diversas disciplinas aprendidas durante sua vida. O aiquidô é indubitavelmente uma escola de jiu-jitsu, pelo que suas raízes do aiquidô podem ser traçadas muito dentro da história do Japão e mais além, como o próprio nome faz sugerir, pois o conceito do ki (uma espécie de energia que flui através do corpo de uma pessoa e pode ser achada em tudo), e do aiki, não é exclusivo da região. Esses conceitos podem ser restreados por todo o Oriente (Índia e China, principalmente).
Na juventude, em 1898, Ueshiba mudou-se de Osaca para Tóquio, onde teve contacto mais profundo com diversas artes marciais, escolhendo didicar-se a três estilos distintos: Tenjin Shinyo-ryu, de jujutsu; Hozoin-ryu, de sojutsu; e Yogyu Shinkage-ryu, de kenjutsu.[8]

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Depois, Ueshiba mudou-se para Hocaido, uma ilha setentrional e bastante inóspita do arquipélago nipônico, como cabeça de um grupo colonizadores e aventureiros. Naquele momento, por volta de 1905, encontrou-se na ilha com o mestre guerreiro do clã homônimo, Sokaku Takeda. Takeda era praticamente o último representante da arte marcial samurai, à época conhecida como daito-ryu jujutsu e um tanto obscura, pois era praticada somente de forma hereditária. Desde o encontro, Ueshiba passou a treinar com Takeda.
Na segunda metade da década de 1920, retornando à terra natal, Ueshiba aproximou-se de Onisaburo Deguchi, líder religioso, ficou bastante impressionado. Contacto esse que foi a última influência no desenvolvimento da nóvel arte, emprestando o marcante aspecto filosófico e pacifista.[8]

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A despeito de incipiente, espiritualidade e reflexão estiveram presente. Segundo o próprio fundador, sua arte não foi aprendida inteiramente com mestre Takeda, mas, mais importante, ele teria pavimentado o caminho para seu surgimento: «Takeda abriu-lhe os olhos». O encontro com Deguchi deu-se ainda na estação de Ayabe. Saindo do comboio ferroviário, chamou a atenção de Ueshiba o facto de haver uma grande multidão ao redor de um certo homem, pessoas de todo tipo e até vestidas com roupas formais e até quimonos ceremoniais. Seguindo o homem até uma alameda de templos, entrou num deles e pôs-se a orar... Ao abrir os olhos, deparou-se com Deguchi que lhe perguntou o que tinha visto. Usehiba disse ter visto a face morimbunda do pai, ao que Deguchi lhe disse que estava tudo bem com o ancião, eis que sua vida chegava ao ocaso de forma natural e ele (o pai) estaria bem por si mesmo.[3]
Chegando em casa, Ueshiba somente encontrou a notícia de seu pai já tinha ido a óbito. Entretanto, o ancião havia-lhe deixado um último conselho: «viva livremente e realize tudo o que se dispuser a fazer». Depois do choque e de uma reclusão, Ueshiba retornou até Ayabe para encontrar Deguchi, que lhe teria dito que sua verdadeira missão era criar uma arte que ajudaria a humanidade.[3]
Mestre Ueshiba seguia, dentre outras coisas, ensinando a arte de Takeda Sensei. O aiquidô surgiu nesse contexto não como uma criação consciente mas no decorrer de um processo de evolução pessoal de Ueshiba. Ele aponta como um dos momentos de epifania quando um oficial da marinha japonesa, experto no emprego da espada, o desafiou para um embate. Da luta o resultado foi a vitória de Ueshiba sobre o oficial, que ficou cansado, pois não conseguir acertar um golpe com o boken, que eram todos desviados. Ueshiba percebeu que poderia subjugar um oponente sem que fosse preciso resisti-lo.
Durante o estabelecimento de sua escola, mestre Ueshiba manteve contacto com diversos mestres, das mais variadas escolas e estilos de artes marciais.[9]
Os ensinamentos do fundador foram num primeiro momento, entre 1920 e 1930, chamados de aikibudo. Todavia, já por volta de 1940 a escolha era chamada aikido, mas ainda era praticado apenas por poucos e exclusivamente no Japão. Após a Segunda Guerra Mundial, o aiquidô foi introduzido em outros países. O fundador teve passamento em 1969, e seu filho, Kissomaru Ueshiba, assumiu a tarefa de difundir a arte.
Difusão

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Tachiwaza nikkyo omote ou "técnica em pé, segundo princípio, forma frontal".

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Projecção.
Conforme sucedeu com outras artes marciais japonesas, depois que o Fundador faleceu (sendo a figura unificadora), fatores internos levaram à fragmentação da modalidade e, assim, hoje a arte possui algumas ramificações, a maioria criados por antigos alunos de O-Sensei. Por outro lado, alguns apontam que o aiquidô não possui estilos verdadeiros, eis que o próprio Fundador admitia que os instrutores ensinassem conforme seu entendimento.[8]
  • Aikikai - É o principal estilo. Está relacionado à Fundação Aikikai no Japão encabeçada pelo Doshu ("mestre do caminho") Moriteru Ueshiba, neto do Fundador. Em caráter global, o estilo é representado pela International Aikido Federation (IAF). Diferentemente de outras escolas, no Aikikai cada mestre busca sua própria interpretação do aiquidô. Isso reflete em uma grande diversidade técnica dentro da organização, do "estilo". De qualquer maneira, a técnica é sempre fluída e não há competições de nenhuma forma.
  • Iwama - (conhecido como Iwama Ryu ou, mais recentemente, Iwama Juku) - Trata-se de um nome informal para o estilo de aiquidô ensinado por Morihei Ueshiba no dojo de Iwama no período do pré-Guerra. É comumente utilizadado para descrever a forma praticada por Morihiro Saito, um dos discípulos que estudou por mais tempo diretamente com O-Sensei (de 1946 até 1969). O estilo de Iwama inclui um estudo combinado do aiki-jo (bastão), do aiki-ken (espada) e do tai-jutsu (técnicas de mãos livres). Podemos encontrar praticantes do Iwama-ryu dentro e fora da fundação Aikikai. A maior organização independente do estilo é a Iwama Shin-Shin Aiki Shuren-kai, encabeçada por Hitohiro Saito, filho de Morihiro Saito.
  • Shin Shin Toitsu Aikido - também conhecido como Ki-Aikido, linha fundada por Koichi Tohei com base em seus estudos com o mestre Tempu Nakamura (fundador do Shin Shin Toitsu Do, ou caminho da unificação mente-corpo). Este sistema peculiar é caracterizado por técnicas muito sutis e fluidas, com ênfase no desenvolvimento da energia (ki).
  • Shodokan - também conhecido como Tomiki Aikido. Fundado pelo mestre Kenji Tomiki, o Shodokan Aikido é o único estilo que permite a competição, sendo uma mistura da forma original com o método de ensino do judô moderno. Incorpora várias formas de desequilíbrio, esquiva, golpes, torções, arremessos, rolamentos e giros no seu repertório técnico. Ele ensina desde técnicas tradicionais até técnicas desenvolvidas para o meio competitivo. O Shodokan engloba kata, treino livre, competição e defesa pessoal. A participação em competições não é obrigatória.[10]
  • Yoshinkan - fundado por Gozo Shioda possui ênfase na eficiência em combate devido à qual é frequentemente visto como um estilo duro (hard style) em alternativa aos estilos concentrados na fluidez, estética e espiritualidade. É ensinado à polícia municipal de Tóquio.
  • Shin'ei Taido - criado pelo sobrinho do Fundador, sensei Noriaki (Yoichiro) Inoue (1902-1994).
  • Korindo - criado por Minoru Hirai, antigo discípulo do Fundador no Aikikai Hombu Dojo em Tóquio. Foi esse mestre também o responsável pela criação do nome da arte marcial, quando em 1942 foi delegado da instituição perante o Butoku-kai.
Características
Denominação
O termo aiquidô (aikidō) é composto por três ideogramas kanji: (ai), harmonia; (ki), energia; e (dō), caminho. O que, numa tradução mais ou menos literal, significaria «caminho para harmonização de energia» ou «caminho para harmonia de energia». "Ki" é o mesmo que "Chi" do chinês. Estes termos são os que entram em energia. A energia que flui de cada ser.
O termo pode ser achado no judô ou no kendo, ou na arte da caligrafia (shodō) ou do arranjo de flores (kadô). O termo aiki refere-se ao princípio da luta de absorver o movimento dos atacantes para controlar suas ações com o mínimo esforço. Se inspira no tao ou o todo ou o caminho, não se admitindo competição e onde o treino procura desenvolver sentimentos de fraternidade e cooperação. Baseia-se em movimentos fluidos e circulares. Além das técnicas de mãos vazias, os treinos também podem incluir armas: bokken ou bokutô (espada de madeira), (bastão curto) e tanken ou tantô (faca de madeira).
  • Em combate, não há o costume de recuar.
  • Se o adversário puxa o aiquidoca, este o empura e logo o gira.
  • Se o adversário avança, o aiquidoca o gira e tão logo o puxa.
  • Se especializa em torções dos membros superiores, bem como mãos e dedos, além de desequilíbrios.
Na sua teoria espiritual, parte fundamental da luta, o aiquidô busca a harmonia dos seres com uma energia universal chamada ki, comum às práticas zen e à ioga. Este termo não tem uma tradução estrita para o português, podendo denotar diversos conceitos: respiração, sopro vital, espírito, energia ou intenção (nas imagens quem está aplicando a técnica é denominado tori ou nage e quem sofre a aplicação é chamado uke).
Etiqueta
O motivo pelo qual se usa a calça hakama reside no fato de que por suas sete pregas tem-se a representação das sete virtudes do samurai, das quais uma é a etiqueta (respeito), pelo que um aiquidoca deve dar muita atenção à etiqueta, principalmente dentro de um dojô.
O atual Doshu (Do= caminho; Shu= mestre), Moriteru Ueshiba, pratica o Cha No Yu (cerimônia do chá), que é em essência a prática da etiqueta.
Cada dojô tem suas peculiaridades sobre etiquetas e protocolos, mesmo no Japão, mas alguns comportamentos são mais claros a todos japoneses do que aos ocidentais não iniciados:
  • Ao adentrar e ao sair do dojô e do tatame, fazer reverência em direção ao kamiza (altar xintoísta) – Quando estiver entrando, a reverência representa seu sentimento de solicitação, de humildade. Quando estiver saindo, representa seu sentimento de gratidão.
  • Ao começar e terminar o treino, fazer reverência em seiza (ajoelhado) ao kamiza e ao shidoin (instrutor).
  • Ao início e ao término da prática a dois, fazer uma reverência ao parceiro de treino. - Ao início pode-se dizer Onegai shimasu (por favor), ou, mais formalmente Onegai itashimasu. Ao término, pode-se dizer Arigatou gozaimashita (muito obrigado), ou, mais formalmente, Domo arigatou gozaimashita.
  • Quando o sensei (mestre) ou shidoin (instrutor) estiver lhe dando orientações, permanecer na posição de seiza (ajoelhado) e após o término, agradecer com uma reverência. – Permanecer nessa posição denota humildade para receber os ensinamentos, enquanto permanecer em pé seria como conversar com um colega.
  • Se precisar pedir instruções ao sensei, não o chame. – Dirija-se ao sensei para lhe pedir a instrução. Lembre-se que para o samurai o discípulo é quem deve servir a seu mestre.
  • Pague a mensalidade em dia. - Aos olhos ocidentais, esta regra pode parecer materialista, mas a mensalidade é uma adaptação moderna do envelope que os discípulos depositavam no kamiza após o treino, como forma de agradecimento aos ensinamentos passados.
  • Não cruzar os braços dentro do dojo.- No Japão, cruzar os braços é um sinal de desavença.
  • Não arregassar as mangas dentro do dojo – No Japão, arregaçar as mangas é um sinal de desavença. Se não houver jeito, arregaçar as mangas para dentro.
  • Manter o dogi (do = caminho; gi= vestimenta) em ordem. – Mantê-lo sempre limpo, bem-passado, com o obi (faixa) alinhado e o paletó adequadamente fechado são sinais de disciplina.
  • Quando estiver no tatame, não apoiar as costas nas paredes.– Essa regra existe tanto pela questão disciplinar, quanto pelos aspectos marciais.
Competição
O aiquidô é uma modalidade marcial na qual não existe a prática de competição. Diferentemente do que sucedeu com outras modalidades modernas de budo, nas quais se enfatizou a realização de disputas entre atletas e de torneios, na arte de Ueshiba esse aspecto não existe, pois refoge do escopo original: o treinamento ostensivo do corpo e da mente serve como disciplina primaz para nortear o ser humano no caminho da evolução espiritual. Com isso, busca-se manter intacto o verdadeiro e tradicional budo.[11]
Técnicas
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/7d/Edit-find.svg/18px-Edit-find.svg.pngVer página anexa: Técnicas do aiquidô
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.pngVer artigos principais: Ataques do aiquidô e Caimentos do aiquidô
O repertório técnico da modalidade é baseado no koryu Daito-ryu, de luta desarmada. A despeito disto, os movimentos são inspirados pelos movimentos de manipulação da katana, isto é, cada movimento, seja das mãos, seja um deslocamento ou projeção, possui um correspondente realizado com a espada.[12]
Caimento
O-Sensei Morihei Ueshiba dizia "caímos sete vezes e nos levantamos oito". Por ser basicamente um budô sem kumite, treina-se metade do treino como tori (ou nage, aquele que aplica o golpe, que se defende) e metade como uke (aquele que recebe o golpe, que faz o ataque).
Por isso é essencial o eterno desenvolvimento não só das técnicas de tori, mas também das técnicas de uke, que incluem as técnicas de rolamento, ou quedas, ou ukemi (受身?).
Filosoficamente, o espírito de "cair sete vezes e se levantar oito" representa os momentos em que as quedas na vida são inevitáveis. Nesses momentos o aiquidoca deve saber como se comportar durante a queda inevitável, preservando seus pontos vitais e também como erguer-se posteriormente.
Nas técnicas, representa o fato de que após as quedas o uke não fica estendido ao chão, mas levanta-se utilizando a própria cinética da queda. Para tanto, o uke deve treinar intensamente essas quedas individualmente previamente para que quando for utilizá-las, as quedas sejam mais fluidas e mais eficazes. Daí porquê nos levantamos oito vezes.
Posturas
As três posturas básicas do aiquidô também vém das posturas da espada, com os pés na posição de L, sendo o pé que está à frente correspondente ao mesmo lado da mão que está à frente e alinhando umbigo, mão, dedão do pé e posição do olhar. São elas:
  • Chudan no kamae - posição das mãos à meia-altura.
  • Jodan no kamae - posição das mãos à altura da visão.
  • Gedan no kamae - posição das mãos em direção ao chão.
Técnicas de movimentação
O aiquidô, como o próprio nome já denota, prima pela manipulação das energias correntes num combate, daí que o princípio da não-agressão é expresso por não se contrapor a um golpe adversário, pero, antes disso, receber esse golpe e direcioná-lo de volta ao agressor. Desta feita, estuda-se como o corpo inteiro deve mover-se, no escopo de atingir esse desiderato de não se contrapor, aplicando-se os conceitos de tai sabaki, ashi sabaki, te sabaki, metsuke e outros.
A movimentação do corpo inteiro, ou tai sabaki, está ligada à movimentação do tanden (região abaixo do umbigo, também chamada de ponto um, saika tanden, saika no itten, kangen ou de hara — barriga). A propóstio, o ideograma de sabaki representa uma costureira cortando um tecido com sua tesoura. Da mesma forma o sabaki deve ser executado em um movimento só.
  • Irimi undo
  • Ten shin undo
  • Ten kan undo também chamado de ten kai
  • Kaiten ashi undo também chamado de mawashi ashi e de kaiten mawashi
  • Irimi tenkan undo também chamado de zen poko hou tenkan
  • Sai undo
  • O aiquidoca deve vislumbrar o caminho a ser percorrido pelo sabaki e executá-lo em um tempo, tal qual a costureira traçando seu caminho com a tesoura.
  • Didaticamente ensina-se os shoshinsha (iniciantes) passo-a-passo, mas deve-se ter em mente que após aprender o movimento, deverá executá-lo em um tempo.
  • Undo significa exercício.
Movimentando-se o copor, mister lembrar que os deslocamentos são feitos com o movimento das pernas, ou ashi sabaki, também chamado de un-soku (sensação das solas dos pés). Consiste no treino focado na movimentação dos pés.
  • Tsugi ashi undo - "pés deslizantes". Partindo da posição de kamae, o pé que está à frente é deslizado um passo à frente e o segundo pé se aproxima, voltando à posição inicial.
  • Okuri ashi undo - "pés que empurram". Partindo da posição de kamae, o pé que está atrás é deslizado meio passo em direção ao pé que está à frente e então outro pé se desloca à frente, voltando à posição inicial.
  • Ayumi ashi undo - "pés naturais". Entende-se como os passos dados de forma natural, considerando o caminhar do samurai. Um passo é dado por vez, alternando-se os pé que estão à frente, mas voltando sempre à posição de kamae a cada passo.
  • Shikko - Equivalente ao ayumi ashi em suwari waza. Do kamae ajoelhado, caminha-se erguendo-se os joelhos e alternando-se o joelho que está à frente.
Formas omote e ura
Basicamente todos os golpes podem ser executados na forma omote waza e ura waza. Estes conceitos podem variar, mas estão ligados aos conceitos de yin e yang. Algumas das definições são:
  • Omote waza - quando o nage se move pela frente do uke; quando o nage, após executar o golpe, moveu-se para frente de onde estava incialmente; quando o nage executa um movimento reto; quando o nage executa um movimento incisivo, ativo; quando o movimento é correto.
  • Ura waza - quando o nage se move por trás do uke; quando o nage, após executar o golpe, voltou sua frente para trás de onde estava inicialmente; quando o nage executa um movimento redondo; quando o nage executa um movimento receptivo, mais passivo; quando o movimento é de contra-golpe.
Notas

O Wikcionário possui o verbete aiquidô
[a] ^ O termo "aiquidô" é a forma dicionarizada da língua portuguesa; a forma «aikidō» trata-se de romaji, um método de transliteração desde os sistemas 






Cuidando do Hakama


Aparentemente, existe uma certa polêmica a respeito da maneira correta de cuidar do hakama. A maioria das pessoas prefere dobrá-lo sempre ao final do treino mas não existe consenso sobre o que fazer quando fica sujo ou quando está muito desbotado e/ou rasgado. Abaixo, sugestões recolhidas ao longo dos anos de como manter o hakama sempre com cara de arrumado.


Conservação dos vincos
Alguns tipos de tecido perdem os vincos da dobras mais facilmente mas todos se conservam melhor se o hakama for dobrado sempre no fim de cada treino. Quem tem mais de um costuma deixar o que não está em uso pendurado num cabide ou varal por algumas horas antes de dobrá-lo novamente. Pode ser necessário passar se for tingido ou lavado em máquina.

Lavagem*
Manual - adicione um pouco de sabão ao tanque ou bacia grande cheios e mergulhe o hakama. Esfregue bem e enxágue até sair todo o sabão. Estenda no varal à sombra prendendo pelo koshita. Quando secar, é só dobrar.
Máquina de lavar - apesar de ser rápido e prático, danifica um pouco o koshita (parte rígida das costas). Para minimizar os danos coloque somente o hakama na máquina, pouco sabão e ajuste para o programa de roupas delicadas. Para secar, use o mesmo procedimento da lavagem manual.
Lavagem a seco - é preciso levar a uma boa lavanderia e explicar que as dobras devem ser conservadas, então é necessário que o hakama fique dobrado uns dias antes. Caso contrário, talvez seja necessário refazê-las usando um ferro de passar. Tem a desvantagem de ser caro.

*algumas pessoas pregam que o hakama (e a faixa) não deve ser lavado mas é só verificar seu estado após o treino para que eu discorde...

Tingimento
Quando o hakama atinge um certo grau de desbotamento pode ser um boa ideia tingí-lo. Algumas lavanderias especializadas fornecem este tipo de serviço mas também é possível fazer em casa. Nesse caso, só é necessário um dose de habillidade e seguir as instruções do fabricante da tintura. Para que os keikogis não fiquem manchados depois, é bom usar um fixador de cor ou fazer a última lavagem com uma solução de sal de cozinha.

Cuidados especiais
Remendos - existe uma idéia de que dogis com aspecto de velhos trazem algum respeito a quem os usa, indicando um grande frenquência de treino, mas os hakamas tendem a se rasgar principalmente na área dos joelhos e é muito difícil fazer um conserto que seja útil por muito mais tempo. É diferente para pequenos rasgos e costuras que se rompem (já vi uma cena engraçada assim), que podem ser facilmente ser arrumados por uma boa costureira.
Desbotamentos - algumas marcas produzem hakamas artesanalmente e que soltam muita tinta durante o treino deixando dogis (de quem os usa e dos outros) manchados. Para evitar que isso aconteça, é preciso fazer boas lavagens (2 ou 3 normalmente são o bastante) antes do uso e aplicar um fixador de cor. Existe fixadores comerciais das principais marcas de pós para tingimento mas uma solução de sal de cozinha também funciona bem.
Reposição do koshita - se acontecer que o koshita seja deformado por algum motivo, pode ser necessário trocá-lo. No Brasil não é muito comum encontrar esse tipo de peça para reposição mas em sites internacionais é possível achar facilmente.
UPDATE: algumas pessoas perguntaram o quanto se pode lavar o hakama. Essa é uma questão pessoal, cada um tem (ou não) a sua própria frequência. Quando eu tinha dois hakamas, podia sempre ter um limpo para quando necessitasse viajar ou visitar um outro dojo, além do que o desgaste dos dois era bem pequeno. Com um apenas, tento lavar apenas uma vez por mês ou mês e meio porque é usado uns cinco dias por semana mas há quem lave o seu uma vez por semestre, ano ou mesmo não lave.