segunda-feira, 17 de março de 2014

Orgulho: porta aberta aos Espíritos imperfeitos

 

 

 

 Grupo Espírita Bezerra de Menezes


Orgulho: porta aberta aos Espíritos imperfeitos

José Queid Tufaile Huaixan

A história da humanidade é marcada por lutas sangrentas na busca do homem pela liberdade de pensar e agir. O mundo ainda se debate para aperfeiçoar seus sistemas políticos tendo em vista alcançar a sonhada democracia. O Espiritismo, doutrina enviada ao mundo por Jesus Cristo como cumprimento de sua promessa consoladora, contribuiu sobremaneira para termos acesso a uma nova visão da vida na Terra e nas dimensões que se estendem além da morte. Se absorvida pela humanidade, a Codificação poderia trazer o tão querido reino de paz e justiça para os homens.
Mostra-nos a doutrina que a criatura humana pode e deve ser livre. Para isso, conscientiza-a de suas responsabilidades perante seus atos. Demonstra que só pode haver um estado de direito, onde há liberdade com responsabilidade. Se não foi aceita pela humanidade, pelo menos em nós deveriam florescer os ideais nobres da razão. Allan Kardec foi um livre-pensador por excelência. Conosco já não acontece o mesmo. Cresceu em nossas fileiras um mal chamado preconceito, onde não se permite a crítica.
O trabalho que apresentaremos aqui, não se trata de posicionamento pessoal ou de teoria radical. Nossa exposição é uma visão crítica, um ponto de vista acerca de uma enfermidade moral que vem sufocando aos poucos o trabalho do Espírito de Verdade. O agente deste mal é o orgulho.

Os males do movimento

Em meu trabalho jornalístico em A Voz do Espírito, tenho escrito uma série de artigos apontando o enfraquecimento do movimento espírita. Devido à profissão que abracei, tive oportunidade de visitar muitos centros espíritas em diversas regiões do país. Os problemas que vi parecem ser os mesmos em todos os cantos. A maioria dos centros espíritas mergulharam numa situação pouco animadora.
Observa-se uma situação de improdutividade espiritual preocupante. Não há atividade mediúnica proveitosa e os resultados conseguidos não vão além da rotina. A maioria substituiu as relações com o mundo invisível pelas obras de caráter material que, embora sirvam à causa do bem comum, não trazem salvação, mormente se estiverem desacompanhadas de obras morais. Poucos realizam trabalhos de desobsessão. Quase não há curas. O trabalho dos Espíritos, que representam a Misericórdia Divina, acabou sendo sufocado pelo dos homens. Há núcleos que se isolaram e que não se relacionam mais com outras sociedades. Não participam, não progridem. Dirigentes sem orientação, fizeram do centro espírita sua definitiva morada. A orientação dada ao povo, em alguns casos, assusta. Temos uma legião de pessoas que, exteriormente, procuram imitar líderes como Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco, sem qualquer aproveitamento real para a próprio alma.
Detive-me em estudar a causa desses males, e conclui que um processo semelhante ao que distorceu a igreja primitiva instalou-se no movimento espírita e age com as mesmas tendências. O orgulho, associado à invigilância, desenvolveram entre nós enfermidades de ordem moral. Tornou-se porta aberta aos espíritos imperfeitos que, não encontrando obstáculos, comprometeram boa parcela do movimento.

O orgulho

O orgulho e o egoísmo andam de mãos dadas. São sentimentos onde o amor-próprio procura preservar a individualidade em prejuízo da vida coletiva. Todos nós trazemos suas marcas na conduta, em face de estarmos ligados ao instinto de preservação. O Espírito quando está em sua fase animal vive a plenitude dos instintos. Na impossibilidade de raciocinar, procura instintivamente preserva-se das intempéries do meio. Entre os interesses de um indivíduo e de outro, valem os interesses da individualidade. Isso é o egoísmo e o orgulho.
A medida que o Espírito evolui, passando por milhares de encarnações em variados mundos, adquire pouco a pouco a inteligência, que vai gradualmente se sobrepondo ao instinto. Com o raiar da civilização, sente necessidade da vida social, passando também a preocupar-se com o próximo. Isso é a iluminação. Este processo é lento e se desenvolve com o passar dos séculos.
Mais tarde, tomando consciência da Lei Divina que nos orienta, melhoramos o comportamento passando a ter maior domínio sobre o orgulho. Este sentimento, comum a todos nós, pode ser excitado pelo meio em que vivemos, pelas paixões e pelos maus Espíritos. Por isso, Jesus Cristo, o divino professor, recomendou o "orai e vigiai para que não entreis em tentação".
Na vida religiosa, o orgulho se desenvolve de modo especial. Devido à idade espiritual heterogênea, os homens geraram uma multiplicidade de religiões, cada qual interpretando a teoria divina a seu modo. Acreditam que por estar nesta ou naquela seita já estão salvos. No movimento espírita vem acontecendo coisa bastante parecida. Os Espíritos Superiores demonstraram que a salvação se dá por obras morais. Em nenhum momento disseram que só os espíritas se salvam, mas sim os que praticam o bem. O espírita tornou-se invigilante em sua conduta, deixando-se dominar por vícios grosseiros. O sentimento de valorização pessoal cresceu e desobrigou-nos de seguir a bandeira espírita, que diz ser verdadeiro cristão aquele que se esforça constantemente para dominar as más inclinações.

A influência do orgulho na vida do homem

"O egoísmo e o orgulho matam as sociedades particulares, como matam os povos e as sociedades em geral. Lêde a história e vereis que os povos sucumbem sob o amplexo desses dois mortais inimigos".
Estas são palavras do Codificador do Espiritismo e exprimem sua preocupação com a erva daninha chamada orgulho. Se examinarmos a história dos grandes impérios que existiram na Terra, tais como: o Egípcio, o Assírio, o Babilônico, o Medo-Persa, o Grego e o Romano, é simples concluir que a causa de suas destruições esteve sempre intimamente ligada ao orgulho.
O sentimento de importância despertado por ele põe por água abaixo as relações sociais dos povos e dos grupos. Entre nós, o orgulho tomou uma forma especial, pois se vestiu com o manto da humildade, das aparências. Durante anos fomos condicionados a nos manter calados perante o erro. Esta atitude derivou da má interpretação de mensagens espirituais e do radicalismo assumido por alguns líderes espíritas. Há entre nós vestígio de hipocrisia, um mal já presente no tempo de Jesus Cristo.

O orgulho e a hipocrisia

O orgulho tem a tendência de criar em torno da criatura verdadeira prisão. Quando se faz manifesto num grupo, exalta-lhe o amor próprio a ponto de distorcer-lhe a razão e a capacidade de julgar o bem e o mal. Leva-o a fechar-se em si mesmo, valorizando-o em seu sentimento de importância. Afasta-o das pessoas comuns, pois para ele tudo que é simples é inferior.
Aparecem o elogio desmedido, a troca de honras, pompas, reconhecimentos públicos e a adoração de personalidades. É o afastamento do homem da sua relação com Deus. Abrem-se as portas para o domínio dos maus Espíritos e a terrível fascinação.
"De todas as disposições morais, a que maior entrada oferece aos Espíritos imperfeitos é o orgulho. Este é para os médiuns um escolho tanto mais perigoso quanto menos o reconhecem".
Allan Kardec demonstra neste pequeno texto, o grande perigo a que estamos sujeitos nas relações com os Espíritos, em face do orgulho.
O risco da fascinação é uma constante. Está presente com maior probabilidade em duas situações distintas: na primeira, junto aos grupos novatos. Os que se iniciam na prática do Espiritismo devem armar-se de cuidados por causa da euforia. A sede do fazer, aliada à inexperiência pode levá-los a situações de perigo. É conveniente que os neófitos busquem trocar experiências com outras sociedades mais amadurecidas. É preciso precaver-se contra uma idéia comum: a de que se tem uma missão a cumprir. É uma tentação pela qual quase todos passam.
Na segunda situação, temos o mais grave. A fascinação pode instalar-se em grupos que já passaram da meia idade. O excesso de confiança nos Espíritos, o desleixo com a vigília, o envolvimento pela falsa humildade são os caminhos da obsessão. Na fascinação o orgulho se faz extremamente manifesto.
Por estarem embasados na experiência, essas sociedades descuidam-se e acabam vítimas da nefasta influência dos fascinadores. Ainda é de Kardec a afirmativa de que infelizmente o orgulho é um dois defeitos que somos menos inclinados a reconhecer e que é difícil dizer aos outros que seus problemas são provenientes do orgulho. Certamente não acreditariam.
"Podeis dizer a um homem que ele é bêbado, debochado, preguiçoso, incapaz e imbecil; ele rirá ou concordará; dizei-lhe que é orgulhoso e ficará zangado".

O orgulho e o movimento espírita

O orgulho destruiu a organização de muitas sociedades do passado. Sabemos que sua ação imperiosa foi a grande responsável também pela desagregação da Igreja. Por séculos manteve-se ela fechada em idéias que julgava certas, afastando-se progressivamente do povo, ocupando-se de paramentos e atos de exterioridade. Homens corajosos, como João Huss (1369-1415), Martinho Lutero (1483-1546), João Calvino (1509-1564) e seguidores, ergueram suas vozes e disseram: Basta! Promoveram reformas destinadas a tirar a prática do cristianismo da ilusão do orgulho, aproximando-a dos necessitados.
Façamos algumas perguntas a título de reflexão: depois do testemunho da história e do alerta dado pelos Espíritos acerca do orgulho, nós espíritas teríamos caído no mal da invigilância? Teria aparecido entre nós o personalismo, o mal da idolatria? Não estaríamos exagerando, crendo na salvação pelas obras exteriores? O Espiritismo estaria se distanciando do povo? Será que a forma mansa com que nos expressamos não esconde uma ponta da hipocrisia dos antigos fariseus? Que males teria trazido o orgulho para o movimento? Teriam os maus Espíritos comprometido parte da comunidade? Quanto? Vale a pena fazermos uma reflexão sobre essas questões e trabalharmos para nossa melhoria pessoal e, por conseqüência, do próprio movimento.

O mal e o remédio

A humanidade vem nos últimos anos passando por transformações assustadoras. A influência da matéria sobre a vida cresce incessantemente. Os valores morais estão sendo corrompidos com extrema rapidez. Nunca o mundo precisou tanto do Espírito Consolador como neste tempo em que vivemos. O Espiritismo pode fazer muito ao homem na época atual. Talvez, esteja em nossas mãos a tarefa de constituir grupos capazes de enfrentar a transição que se aproxima. Estaríamos preparados para isso? Sim, temos uma estrutura material capaz de cumprir com esse papel; porém, nossa estrutura moral e espiritual está abalada. Se vivêssemos um tempo de provações coletivas, dificilmente suportaríamos. Como estamos, não serviríamos de elemento aglutinador.
Temos, pois, que fortalecer a nós mesmos, nossas sociedades e o nosso movimento. Para influenciarmos o mundo, temos que estar unidos. Unidos em pensamentos, em práticas, em fins, fundamentalmente. Fora disso não há união. Unificação por dentro. Esta sim é difícil de se promover, pois depende de discussão, aceitação, argumentação, renúncia, humildade e trabalho. Ainda que sejamos poucos, se pensarmos juntos, teremos forças. De que servem milhares de núcleos que não se entendem entre si? Que poderão fazer no grande trabalho coletivo que nos espera? As deficiências das casas, o desânimo, o desinteresse que se multiplica pelas coisas de Deus são claros testemunhos de que algo vai mal. Reflexão, discussão, participação, conclusão, renovação, eis os remédios.
Comecemos por aplicá-los. O primeiro trabalho é a nível pessoal. Perguntemos: como temos vivido moralmente? A vida com esposa, esposo, filhos, patrão e empregados? Temos cultivado o amor para com o próximo? Como é o nível real de nossos conhecimentos? Qual a verdadeira experiência que temos com os Espíritos? Somos um trabalhador espírita ou só um freqüentador? Existe omissão frente as nossas responsabilidades pessoais?
A seguir, a vida espírita do grupo. Como tem sido nosso trabalho? Há controle dos tratamentos espirituais para saber se são produtivos? Nosso trabalho mediúnico é organizado? As sessões de passes necessitam de melhorias? Há escolinha de evangelização infantil, escola para iniciantes no conhecimento espírita? Temos participado financeiramente da sociedade, para ajudá-la em suas obras? A sociedade não espírita recebe alguma influência do trabalho? Há propaganda a respeito do Espiritismo? E a feira do livro, não está esquecida? Temos reunido nossa diretoria para discutir todos esses temas?
Por fim, o movimento. Que temos feito por ele? Participamos dos Encontros, Eventos, Congressos?
Contribuímos com idéias novas, com experiências pessoais, ou nos limitamos a ouvir? Temos trabalhado pela causa? A causa tem afetado nossa vida pessoal? Frente aos desmandos, temos nos mantido calados? Não estaríamos sendo coniventes com o erro? Temos procurado estudar os problemas que envolvem a prática espírita?
O Espiritismo é uma doutrina dinâmica. Deve estar em constante mudança e atividade. A inércia é sua condenação. É preciso pensar, opinar, participar. Ainda que nosso pensamento seja errado, isso não importa. Mais cedo ou mais tarde, encontraremos quem nos esclareça pela razão. Basta sermos flexíveis para aceitar mudanças no posicionamento.
O silêncio pode parecer humildade mas nem sempre é sinal de sabedoria. Hoje, quem não participa fica para trás. A reflexão, a auto-crítica pessoal e coletiva, é o grande remédio para diminuir a ação enfermiça do orgulho sobre nós. Tiremos do nosso coração a idéia de que no "céu" há um mundo onde convivem os de aparência de mansidão. Este é o paraíso forjado pela Igreja. No além, nos mundos de luz, convivem os que têm a sinceridade da mansidão e os que lutam pela transformação das coisas.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Manekineko: histórias e lendas sobre o “Gato da sorte”

O Manekineko (招き猫, gato acenando, em tradução literal), no Japão, ele é o “Gato da sorte”, mas também conhecido como o “Gato do dinheiro” ou o “Gato que acena”.
Manekineko (Imagem reprodução)
Variedades de Manekineko (Imagem reprodução)

A figura do Manekineko é um dos amuletos de boa sorte mais famosos no Japão, e também fora dele. Destinado a fomentar o comércio e promover a prosperidade nos lares, é comum encontrarmos estes simpáticos gatinhos nas entradas e prateleiras das lojas com uma pata levantada, atraindo os clientes para entrar.
Manekinekos em diversas posições (Foto divulgação)
Manekinekos com as patas em diversas posições e representatividade (Foto divulgação)
Dizem que as imagens de Manekineko, com a pata direita levantada, supostamente atrai dinheiro, enquanto que, a pata esquerda estendida, atrai clientes.
Contudo, as pessoas adquirem o Manekineko como talismã, que dependendo da cor, material, tamanho, estilo, posição das mãos e ornamentação adicionadas a sua imagem, pode representar diversos tipo de simbologia, mas sempre com a crença de que é um gato amuleto da sorte.
Quase todos são representados usando coleira vermelha com um sino pendurado, que dizem ser lembrança dos costumes do período Edo (1603 – 1867), quando o gato era um animal de estimação muito caro. As damas da corte agradavam seus gatos colocando-lhes coleiras vermelhas, feitas de hi-chiri-men (tecido de luxo da época) e pequenos sinos, usados com o propósito de vigiá-los.
O Manekineko mais comum é representado segurando um koban (moeda de ouro do Período Edo), que possui forma ovalada. Contudo, o koban verdadeiro vale um ryo, e o koban do Manekineko é de dez milhões de ryo. Ou seja, a moeda fictícia é um símbolo de riqueza e prosperidade.

Manekinekos preto e branco segurando uma koban (Foto: divulgação)
Manekinekos preto e branco segurando uma koban (Foto: divulgação)

O Manekineko tornou-se popular na segunda metade do Período Edo, apesar de haver poucos relatos da época. Foi um pouco antes do início do Período Meiji (1868-1912) que o Manekineko começou a aparecer com regularidade em publicações e nos estabelecimentos comerciais.
O gesto do Manekineko, que parece ser um convite, trata-se, na verdade, de gestos típicos de um gato limpando o rosto ou quando está brincando, querendo pegar ou tocar algo, e como o gesto assemelha-se a um aceno, começaram associar que, colocando a figura de um gato levantando uma pata dianteira, chamaria a atenção das pessoas.
O gato é um animal altamente sensitivo, que pressente a chegada de uma pessoa ou a aproximação de chuva, e mudanças em sua rotina o deixa inquieto. Então, ele começa a dar voltas ou esfregar o rosto, pois esse é o tipo de comportamento que o tranquiliza. Mas, para um ser humano, isso pode ser interpretado como, por exemplo, se o gato esfregar o rosto, é sinal de chuva ou de visita, e, esses tipos de interpretações, podem ser uma das origens da lenda do Manekineko.
Acredita-se que sua origem remonte há cerca de quatro séculos, por volta no início do Período Edo (1603 – 1868), e muitas são as histórias relativas ao seu surgimento, que, porém, ninguém sabe ao certo qual a verdadeira.
No Japão, existe um templo chamado Gotokuji, em Tokyo, no bairro de Setagaya, e um Santuário em Imada, locais que o Manekineko pode ser reverenciado e onde se encontram relatos das principais versões que remontam sua origem.

Templo e Santuário de Manekineko (Foto: Guide Life) Templo e Santuário de Manekineko (Foto: Guide Life)
Templo e Santuário de Manekineko - Pagode de três andares (Foto: Guide Life) Templo e Santuário de Manekineko (Foto: Guide Life)
Templo e Santuário de Manekineko (Foto: Guide Life) Templo e Santuário de Manekineko (Foto: Guide Life)
Templo e Santuário de Manekineko (Foto: Guide Life) Templo e Santuário de Manekineko (Foto: Guide Life)
Imagens do Santuário de Imada e do Templo Gotokuji (Fotos: Guide Life)

Lenda sobre Manekineko do Templo Gotokuji
Contam que, quando Li ou Ii Naotaka (1590~1659), do clã Omi, voltava do cerco e tomada do Castelo de Osaka, após ter comandado 3,2 mil homens e se destacado na Batalha de Tennoji, em março de 1615, foi surpreendido por uma forte chuva repentina e abrigou-se em baixo de uma árvore próxima ao Templo Gotokuji, em Setagaya.
Na época, Gotokuji era um templo decadente, de pouca frequência e, portanto, muito pobre. No templo, vivia um monge budista e uma gata de nome Tama. Solitário, o monge conversava com a gatinha lamentando-se, quase sempre, a fase de penúria que o templo encontrava-se.
“A situação está cada vez pior. Hoje, nem temos arroz para comer. Bem que você podia dar uma ajuda para melhorar nossa situação, em vez de ficar dormindo o dia inteiro”, dizia o velho monge à gata.
Manekineko e Naokata (Imagem: Nikkeypedia)
Manekineko salva Naokata (Imagem: Nikkeypedia)
Esperando a forte chuva passar sob a proteção da árvore, Naotaka olhou para o desgastado templo e viu um gato sentado sobre suas patas traseiras e acenando com a pata dianteira levantada em sua direção. O samurai ficou encantado pela habilidade do bichinho e seguiu em direção ao templo para ver de perto a façanha.
Quando Naotaka chegou junto ao templo, um raio fulminante atingiu a árvore exatamente no local em que se encontrava a poucos momentos. O guerreiro imediatamente percebeu que aquele gesto do gato havia lhe salvado a vida. Então, entrou no templo para rezar em agradecimento à graça recebida.
No salão principal, havia várias goteiras, e todo o templo encontrava-se em condições precárias. Naotaka fez oferenda de todo o dinheiro que carregava, depositando em um altar. Em seguida, comentou com o monge que a sabedoria do Grande Buda o guiaria a usar aquele dinheiro para reformar o desgastado templo.
Após esse episódio, Naotaka passou a frequentar Gotokuji, e o local passou a ser, então, o templo oficial da família e de todo o clã de Ii Naotaka e, consequentemente, tornou-se um santuário próspero, visitado por todas as pessoas da região.
Para homenagear o gesto de Tama, que tanta sorte trouxe ao templo e, principalmente, salvou a vida de Naotaka, foi esculpida e colocada no local, uma estátua da gata com a mão levantada. As réplicas em miniaturas da estátua, que eram distribuídas no Templo Gotokuji como lembrança, tornaram-se, mais tarde, um amuleto da sorte, com o nome de Manekineko, que, até os dias atuais, são reverenciadas e vendidas no próprio templo em Setagaya, onde continuam trazendo muita sorte e fortuna.
Contam que quando o gato morreu, um túmulo foi erigido em sua homenagem no Templo Gotokuji, com a estátua de um gato acenando para relembrar o episódio.

Lenda sobre Manekineko do Santuário de Imada
Existe outra versão para a origem do “Gato que acena”, que também data do Período Edo, mas relativa ao Santuário de Imado, onde o Manekineko também é venerado.
A história, muito famosa, conta que no bairro de Imado, em Edo (atual Tóquio), uma velha senhora tinha um gato de estimação, mas, devido aos tempos difíceis da época e a sua idade avançada, a anciã não conseguia trabalho e encontrava-se em extrema situação de penúria.
Sem ter mais condições de garantir seu sustento e, muito menos, de seu estimado gatinho, tomou uma decisão e chamou o bichinho para conversar.
“É com o coração partido que terei de lhe doar a alguém, antes que morra de fome junto a mim, pois, com a minha condição de extrema pobreza, não tenho como continuar lhe alimentando”, disse a triste velhinha ao gatinho que a olhava atentamente, parecendo entender a situação.
Depois, com lágrimas nos olhos e com o estômago contorcendo de fome, a sofrida anciã recolheu-se em sua cama, rogando a Deus que lhe ajudasse.
Dizem que Deus atende a todos os necessitados e, principalmente, os puros de coração. Então, como que atendendo ao pedido, a velhinha sonhou com o seu gatinho, que lhe passou uma mensagem: “Molde minha imagem e semelhança em barro que lhe trará muita sorte”.
No dia seguinte, ela resolveu fazer uma estatueta do gato, conforme o sonho havia sugerido. Enquanto ela moldava o barro, o gato estava “lavando a cara” com gestos exagerados e, achando engraçado, a velhinha resolveu moldar o bichinho com a pata levantada. Nisso, passou uma pessoa em frente de sua casa e, achando interessante, quis comprar a estatueta. Como estava há dias sem comer, a velhinha não pensou duas vezes, vendeu a estatueta e comprou comida para si e o gato.
Assim, de barriga cheia e com energias renovadas, resolveu fazer outra estatueta para deixar como talismã da sorte, conforme o gato lhe dissera no sonho. Porém, mal acabara de concluir a imagem, outra pessoa apareceu e comprou a segunda estátua.
Os dias foram passando e quanto mais a velhinha fazia estátuas semelhantes ao seu gatinho, todas com uma pata estendida, mais pessoas apareciam para comprá-las. Com isso, a anciã prosperou e, ela e seu estimado gatinho, nunca mais passaram necessidades.
A estatueta da sorte, que a princípio não tinha nome, passou a ser chamada por todos de Manekineko, o “gato que acena”.

Significados das posições das patas do Manekineko
Pata esquerda levantada: Atrai uma boa clientela.
Pata direita levantada: Atrai fortuna e sorte.
As duas patas levantadas: Também pode encontrar o Manekineko com as duas patas levantadas ou até com as quatro patas para cima, o que é bem raro, que simboliza fortuna e sorte, e, ao mesmo tempo, atração de pessoas.
Altura da pata: Quanto mais alta a pata for, melhor, pois atrai mais dinheiro ou clientes.

Significados das cores do Manekineko
Branco: Purificação
Preto: Proteção
Rosa: Amor
Dourado: Dinheiro
Verde: Sorte nos estudos
Vermelho: Saúde
Tricolor: Muita sorte
A seguir, algumas variedades de cores, posições e ornamentações dos Manekinekos
Manekinekos de diversas cores  e todos segurando uma moeda "koban" (Foto divulgação de lojas japonesas))
Manekinekos de diversas cores e todos segurando uma moeda “koban” (Foto divulgação de lojas japonesas))
Manekineko dourado (Foto divulgação de lojas japonesas)
Manekineko dourado (Foto divulgação de lojas japonesas)
Manekineko com duas patas levantadas (Foto: Mundo-Nipo)
Manekineko com duas patas levantadas (Foto: Mundo-Nipo)

segunda-feira, 10 de março de 2014

Ana Maria Brogui #92 - Como fazer Pão (simples, fácil e rápido)

PÃO SIMPLES BEM CASEIRO da Isabel

Raul Teixeira - O Espiritismo e a Umbanda

Raul Teixeira: espiritismo e espiritualismo

ORAÇÃO A SÃO FRANCISCO DE ASSIS






Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
 
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
 
Onde houver ofensa , que eu leve o perdão,
 
Onde houver discórdia, que eu leve a união,
 
Onde houver dúvida, que eu leve a fé,
 
Onde houver erro, que eu leve a verdade,
 
Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
 
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
 
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido,
amar, que ser amado.
 
Pois é dando que se recebe
é perdoando que se é perdoado
e é morrendo que se nasce para a vida eterna...

quinta-feira, 6 de março de 2014

CIRCULO DO ÓDIO


O diretor de uma empresa gritou com seu gerente porque estava irritadíssimo.

O gerente, chegando em casa, gritou com a esposa, acusando-a de gastar demais.

A esposa, nervosa, gritou com a empregada, que acabou deixando um prato cair no chão.

A empregada chutou o cachorrinho no qual tropeçara enquanto limpava os cacos de vidro.

O cachorrinho saiu correndo de casa e mordeu uma senhora quepassava pela rua.

Essa senhora foi à farmácia para fazer um curativo e tomar uma vacina. Ela gritou com o farmacêutico porque a vacina doeu ao ser aplicada.

O farmacêutico, ao chegar em casa, gritou com a esposa porque o jantar não estava do seu agrado.

Sua esposa afagou seus cabelos e o beijou, dizendo: Querido! Prometo que amanhã farei seu prato favorito. Você trabalha muito. Está cansado e precisa de uma boa noite de sono. Vou trocar os lençóis da nossa cama por outros limpinhos e cheirosos para que durma tranqüilo. Amanhã você vai se sentir melhor. Retirou-se e deixou-o sozinho com seus pensamentos.

Neste momento rompeu-se o Círculo do Ódio! Esbarrou na tolerância, na doçura, no perdão e no amor. Se você está no Círculo do ódio, lembre-se de que ele pode ser quebrado, e VOCÊ tem esse poder!!

"Não mude sua natureza. Se alguém te faz algum mal, apenas tome precauções. Alguns perseguem a felicidade, outros a criam. Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, é problema deles."


Postado por Regina

VOLTANDO DE CARA NOVA !!!! 2014 vamos lá !!!

Olá meu povo..estou retornando ao Blog, com uma nova roupagem, novas ideias e conceitos..Colocarei mais fotos que gosto, mais textos que acho bacana neste começo de 2014.
Sim porque o Ano so começa depois do Carnaval..Então vamo que vamo, ano novo, tudo novo..Beijinhos e até mais