Uma técnica eficaz de relaxamento
- Cansaço. Estresse
- Dores aparentemente sem motivo (os exames médicos nada encontram): cabeça, nuca, costas, etc.Excesso de trabalho
- Confusão, irritabilidade, nervosismo, falta de concentração, agitação, etc.
Estes sintomas podem ser facilmente tratados aprendendo-se uma técnica de relaxamento.
TREINAMENTO AUTÓGENO
Uma técnica eficaz de relaxamento
Werner Zimmermann
Werner Zimmermann
Métodos de relaxamento e de auto-sugestão são conhecidos desde a antigüidade. No Yoga, na meditação Zen do Japão, no budismo, etc. Entretanto, estão ligadas à cultura e Weltanschauung orientais. J.H.Schultz desenvolveu, com o Treinamento Autógeno (TA), a técnica que pode ser adotada independentemente do ambiente sócio-cultural.
O relaxamento é uma técnica física que auxilia na dissolução de estados de estresse, de tensão muscular, mas que também pode ser usada como um meio preventivo e revigorante atuando beneficamente sobre sua saúde física, mental e emocional. Podemos dizer que relaxamento é o que se opõe ao estresse, o que reforça a homeostase, o que diminui a angústia, o que proporciona a harmonia. O TA é uma técnica muito conhecida na Espanha, EUA, França, Suíça, Áustria, Alemanha, e outros países. Inclusive houve o 3º Congresso Mundial da Sociedade de Estresse Celular, na Hungria, em agosto 2007. O Congresso será sobre as respostas do estresse na biologia, na medicina, sobre as proteínas de estresse, estresse nas células e nas moléculas, mostrando a importância que o interesse no estresse vem tomando na medicina de um modo geral.
O TA. foi desenvolvido pelo psiquiatra e psicanalista alemão Johannes Heinrich Schultz (1884-1970) a partir do relaxamento auto-hipnótico psicoprofilático do neurologista Oskar Vogt (1870-1959). Schultz percebeu a diferença entre o estado induzido pela técnica de Vogt e a hipnose propriamente dita:
1 – o estado de consciência induzido por aquela técnica se caracteriza pelo aumento da amplitude mental, enquanto que a hipnose produz um estreitamento da consciência, e
2 – a prática do método autógeno leva a uma crescente sensação de autonomia e independência em relação ao terapeuta, contrastando com a dependência no caso da hipnose. Schultz tratava pacientes hipertensos pela hipnose com sucesso temporário. Ao cabo de algum tempo, seus pacientes retornavam hipertensos, demonstrando a dependência em relação ao médico. Ele aperfeiçoou o método de Vogt, chamando-o de
1 – o estado de consciência induzido por aquela técnica se caracteriza pelo aumento da amplitude mental, enquanto que a hipnose produz um estreitamento da consciência, e
2 – a prática do método autógeno leva a uma crescente sensação de autonomia e independência em relação ao terapeuta, contrastando com a dependência no caso da hipnose. Schultz tratava pacientes hipertensos pela hipnose com sucesso temporário. Ao cabo de algum tempo, seus pacientes retornavam hipertensos, demonstrando a dependência em relação ao médico. Ele aperfeiçoou o método de Vogt, chamando-o de
TA: autógeno porque o estado especial de consciência no TA é induzido pelo próprio sujeito por meio do treinamento pessoal da técnica de concentração específica. A eficácia terapêutica depende da indução regular, repetida e sistemática deste estado, daí o uso do termo treinamento.
A concentração sobre sensações corpóreas, como peso e calor nas extremidades, uma vez aprendida, induz automática e espontaneamente a um estado de relaxamento profundo, sem esforço nem intenção. Schultz concluiu que, para relaxar, também é necessário recorrer a um mecanismo indireto. Daí o uso da sensação de peso para começar. O treinamento repetido aumenta a capacidade da pessoa de induzir sozinha este estado peculiar, conseguindo níveis cada vez mais profundos de relaxamento, com benefícios terapêuticos. É este aprofundamento do TA que, com o treinamento, induz a uma reflexão em que a pessoa capta sinais do seu inconsciente, encontrando soluções, aumentando a criatividade e produtividade. Ao alcançar uma tranqüilidade, é possível realizar suas atividades com maior concentração, conseguir priorizar seus projetos, dando uma seqüência na atividade sem dispersão nem perda de tempo. W.Luthe descreveu fenômenos paroxísticos motores, sensoriais, viscerais ou psíquicos no TA, favorecendo a eliminação de tensões psíquicas acumuladas, e demonstrou sua relação com a história traumática da pessoa.
Com estes efeitos positivos, o TA é tido, por si só, como uma psicoterapia básica. Isto é, uma terapia sem o auxílio de terceiros, desde que se receba um treinamento para aprender a lidar com estas percepções e dar um significado a elas.
Assim, pode ser utilizado como terapia breve quando orientado por um psicólogo, psicoterapeuta ou um médico. O corpo funciona muitas vezes como um arquivo de traumas que cada um carrega por muito tempo. Com uma técnica de relaxamento, conscientizando-se de traumas e/ou conflitos, estes podem ser elaborados. Por exemplo: um adolescente que veio ao curso devido ao medo do vestibular. Paradoxalmente, seu braço direito começa a doer durante os exercícios e, após a quarta semana, o jovem lembra-se da culpa por ter “deixado” sua irmã pequena cair e fraturar o braço. Após conversar com a mãe sobre este sentimento e ser tranqüilizado e desculpabilizado por esta, a dor passou. Uma vez reconhecida sua origem e combatida sua causa por meio do enfrentamento e da resolução de conflitos, as dores (lombares, na nuca, de cabeça, etc.) podem ser dissolvidas pelo TA. As dores crônicas diminuem, mas não são eliminadas. A TA pode ser um eficiente auxílio em doenças como fibromialgia, DORT/LER, gastrite nervosa, hipertensão, ansiedade, síndrome do pânico; pode diminuir muito o uso de medicamentos. Nas doenças cardíacas, após infarto, nas isquemias, aumentando o fluxo sanguíneo. Soldados alemães prisioneiros na Sibéria conseguiram evitar o congelamento dos pés recorrendo ao TA, que aumenta a circulação e, por conseguinte, eleva a temperatura dos membros inferiores.
Outros exemplos:
- paciente perdeu os óculos; depois do exercício, sem pensar, meteu a mão na bolsa certa;
- professora com tendinite no braço direito voltou ao trabalho mais cedo do que o esperado e sem recidivas depois de se dar conta de um trauma de infância em que machucara o braço;
- é possível diminuir as dores no tratamento dentário e até evitar anestesia nos tratamentos leves;
- mulheres com grande desejo de engravidar podem bloquear, pela tensão do desejo, uma fertilização. O relaxamento pode ajudá-las a conceber.
Schultz, ele mesmo sofredor de asma, iniciou seus trabalhos e pesquisas com o TA em 1909, em 1926 fez sua primeira apresentação em Congresso Médico e em 1932 lançou seu livro, hoje já na 9ª edição e traduzido para mais de 10 línguas, inclusive para o português. Num encontro com Freud, este, muito cioso da psicanálise, perguntou-lhe: ”O senhor não vai me dizer que acredita seriamente que pode curar as pessoas com isto”. Ao que Schultz respondeu: “De modo algum! Mas acredito que, da mesma maneira como o jardineiro afasta as ervas daninhas do jardim, também podemos afastar os obstáculos ao auto-desenvolvimento das pessoas.” “Neste caso, estamos de acordo”, respondeu Freud.
Indicações:
- falta de concentração, dificuldades de memória;
- aumento da auto-confianca, da auto-estima;
- estresse laboral;
- estresse postraumático;
- melhora de desempenho no esporte de competição;
- dificuldade em priorizar objetivos;
- diminuição do estresse, obtenção de mais eficácia e otimização do tempo no dia a dia;
- redução de todos os tipos de tensão ou estresse (combate e prevenção);
- hipertensão emocional, nervosa:
- dores musculares e de tensão;
- dores crônicas;
- certas enxaquecas e outras manifestações psicossomáticas;
- insônia;
- tendinites;
- identificação e superação de comportamentos que atrapalham a vida e impedem que as pessoas atinjam seus objetivos;
- auxílio no tabagismo e obesidade. No relaxamento a pessoa se encontra em um estado suscetível a auto-sugestão, podendo influenciar a si mesma para diminuir compulsões. Ajuda a superar a insegurança;
- auto-conhecimento.
- falta de concentração, dificuldades de memória;
- aumento da auto-confianca, da auto-estima;
- estresse laboral;
- estresse postraumático;
- melhora de desempenho no esporte de competição;
- dificuldade em priorizar objetivos;
- diminuição do estresse, obtenção de mais eficácia e otimização do tempo no dia a dia;
- redução de todos os tipos de tensão ou estresse (combate e prevenção);
- hipertensão emocional, nervosa:
- dores musculares e de tensão;
- dores crônicas;
- certas enxaquecas e outras manifestações psicossomáticas;
- insônia;
- tendinites;
- identificação e superação de comportamentos que atrapalham a vida e impedem que as pessoas atinjam seus objetivos;
- auxílio no tabagismo e obesidade. No relaxamento a pessoa se encontra em um estado suscetível a auto-sugestão, podendo influenciar a si mesma para diminuir compulsões. Ajuda a superar a insegurança;
- auto-conhecimento.
O médico alemão Hannes Lindemann ficou conhecido por suas travessias solo do Atlântico em 1955, 1956 e 1960, com canoas (a primeira media 7,70m de comprimento, 70cm de largura e pesava 600kg), testando a capacidade de sobrevivência em condições extremas. Enfrentou tempestades e sua embarcação virou duas vezes. Ele se preparou com o TA e o utilizou durante as travessias, principalmente na luta contra o sono. Numa delas perdeu 25kg nos 72 dias de travessia.
Contra-indicacões:
- essencialmente, problemas psiquiátricos graves.
Contra-indicacões:
- essencialmente, problemas psiquiátricos graves.
Método
A técnica consta basicamente de seis exercícios que, uma vez aprendidos, podem ser aplicados pela própria pessoa sozinha. Pode ser utilizada parcialmente, aplicando, por exemplo, somente os dois primeiros exercícios, que são os principais. Ela é considerada como uma técnica psicoterápica básica, pois auxilia a pessoa a se olhar por dentro, conhecer-se, perceber seus conflitos, encontrar soluções, sentir seu organismo e constatar problemas orgânicos.
Para fazer relaxamento, o ideal é estar num ambiente confortável – física e termicamente -, à meia luz e silencioso. A melhor posição é deitado em uma cama, sofá, ou mesmo no tapete, se possível com os olhos fechados.
Para fazer relaxamento, o ideal é estar num ambiente confortável – física e termicamente -, à meia luz e silencioso. A melhor posição é deitado em uma cama, sofá, ou mesmo no tapete, se possível com os olhos fechados.
O relaxamento tem poderes inacreditáveis: a pessoa pode parecer estar tranqüila, sem fazer nada, mas sua mente esta disparada, sempre pensando em muitas coisas ao mesmo tempo. A prática do relaxamento pode ajudá-la a recuperar suas forças, seu coração, sua mente, e a revigorar todo o seu corpo, e sua inteligência; estas mudanças se notam em poucos dias. O estresse estará sob controle sem remédios, sem nada externo. É um método simples e fácil para todos. Seu inconsciente mostra o caminho sem a pessoa se preocupar, sem fanatismo algum, simplesmente aproveitando a vida, na medida do possível.
Bibliografia:
GONZALEZ de RIVERA, J.L.: Autogenic Psychotherapy and Psychoanalysis, Em: J.Guimon (Ed.) The body in Psychotherapy. Karger, Basilea, 1997. pags.176-181.
GONZALEZ de RIVERA, J.L., Psicoterapia Autógena. Em: JLG de Rivera, A. Vela y J. Arana. Manual de Psiquiatria. Cap.39. Karpos, Madrid, 1980, págs. 1036-1047.
HOSSRI, C.M.. Treinamento Autógeno – Equilíbrio Psicotônico. São Paulo: Mestre Jou, 1970.
LINDEMANN, H.. Como superar o stress – Treinamento Autógeno.São Paulo: Cultrix, (s.d.).
SCHULTZ, J.H.. Treinamento Autógeno. 10ª. Edição. São Paulo : Manole,1991.
VOGT O., Zur Kenntnis des Wesens und der psychologischen Bedeutung des Hypnotismus. Zeitschrift fur Hypnotismus, Psychotherapie sowie andere psychophysiologische und psychopathologische Forschungen 3: 277-340, 1894/95.
VOGT O., Zur Kenntnis des Wesens und der psychologischen Bedeutung des Hypnotismus. Zeitschrift fur Hypnotismus, Psychotherapie sowie andere psychophysiologische und psychopathologische Forschungen 3: 277-340, 1894/95.
MENSEN, H.. Das Autogene Training.Munique: Wilhelm Goldmann Verlag, 1999.
VOGT C. a. O. Allgemeine Ergebnisse unserer Hirnforschung.
Journal für Psychologie und Neurologie, Leipzig, 1919, volume 25, supplement 1, pp 273-462.
Journal für Psychologie und Neurologie, Leipzig, 1919, volume 25, supplement 1, pp 273-462.
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