Exclarecimentos:
ESTOU REPASSANDO EM MEU BLOG, ESTE TEXTO ESCLARECEDOR.
COPIEI DA PÁGINA NO FACEBOOK, DE UMA PESSOA IDONEA A QUAL É PRESIDENTE DE UM CENTRO ESPIRITA, DE ESTUDOS DA DOUTRINA KARDEQUIANA..RESOLVI COLOCAR AQUI NO MEU BLOG, PORQUE ACHO DE SUMA IMPORTÂNCIA A DIFERENCIAÇÃO QUE AQUI É MOSTRADA, PARA AS PESSOAS QUE SÃO LEIGAS NO ASSUNTO, PODEREM ENTENDER MELHOR O QUE É O ESPIRITISMO.
Por, Fábio Ferreira .
Regina . C.de Oliveira .
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Eu sou Espírita!
Por Fábio Ferreira
As pessoas ainda confundem Umbanda e Candomblé com Espiritismo, e até
se referem a estas duas religiões como se fossem outras denominações da
Doutrina Espírita. Porque isto acontece? Porque ainda associam
o Espiritismo às religiões afro brasileiras? Quais as diferenças entre
estas três Doutrinas, e quais os ensinamentos que cada uma delas têm
para passar às outras?
È importante saber: O Espiritismo é único! Na
há vertentes, não há divisões. Não há o modelo brasileiro de
Espiritismo, nem o formato francês da religião. Não existe Espiritismo
Kardecista, Espiritismo Umbandista, nem Espiritismo linha branca. Não
existe Centro Espírita de mesa, Centro Espírita Vovó Joana, Centro
Espírita Maria Padilha, Centro Espírita Caboclo das Sete Encruzilhadas.
No Espiritismo não há rituais de iniciação, batismo e nem dogmas, não há
hierarquia doutrinaria, culto a imagens e nem danças; Numa reunião
espírita não há o uso de bebidas alcoólicas, cachimbos, incensos, velas,
músicas afros e giras. Os médiuns espíritas não mantêm contato com os
espíritos rodeados de cristais e nem de embaixo de pirâmides
energizadas, não jogam tarô, baralho e nem búzios. No Espiritismo não há
sacrifícios de animais, nem oferendas, nem o uso de talismãs, leitura
de mãos, de sorte, trabalhos para amarrar marido, trazer a mulher amada
de volta ou para passar no vestibular.
Não confunda,
Portanto se você associa alguma destas informações acima ao espiritismo,
a Federação Espírita Brasileira (Casa Mater e referência sobre o
espiritismo no Brasil), através dos milhares de centros espíritas
espalhados pelo país, lhe convida ao estudo. É verdade que estas
informações erradas estão sendo transmitidas a milhões de brasileiros,
seja pela televisão e cinema (através de novelas e filmes, series e até
pelos programas religiosos que insistem em se referirem aos cultos
afro-brasileiros como espíritas), pelas revistas e jornais e através de
anúncios em outdors e panfletos espalhados por todo o país, difundidos
por adeptos de outras seitas que usam o termo espírita para identificar
suas atividades.
Espiritismo – Doutrinas afro-brasileiras – Esoterismo
Esta confusão ocorre por falta de informação e por ignorância. Como a
Umbanda e o Candomblé pregam a reencarnação, e se utilizam de praticas
mediúnicas para estabelecer contato com os espíritos há a associação de
que também sejam denominadas espíritas. Porém, estas são as únicas
semelhanças entre as três religiões que apresentam culturas e práticas
muito diferentes em seus cultos. Não é porque uma religião crê na vida
após o desencarne, ou, porque seus adeptos mantenham práticas mediúnicas
que possam, por conseguinte, serem denominadas Espiritismo. Os termos
espiritismo, espírita e espiritista foram criados por Allan Kardec para
se referir ao estudo e aos seguidores da Doutrina Espírita, revelada
pelos espíritos. Portanto é chamado espírita o seguidor desta doutrina
(Vide obras básicas da codificação). Se o religioso segue outras
doutrinas espiritualistas não convém que se intitule espírita.
Importante esclarecer
A mediunidade é uma faculdade humana e não uma propriedade do
Espiritismo; existe desde o inicio dos tempos e, membros de todas as
religiões a definem de formas diferentes. No Brasil, considerado Pátria
do Evangelho do Cristo, ganhou notoriedade através das mãos de grandes
médiuns espíritas, como Ivone do Amaral Pereira, Peixotinho, Divaldo
Pereira Franco e Chico Xavier. Atualmente o que se vê é uma banalização
da pratica mediúnica. Médiuns que se aproveitam do seu dom mediúnico e o
comercializam como se fosse uma faculdade que dependesse apenas de sua
vontade; ou pessoas que se intitulam espíritas, e se dizem portadores de
suposta mediunidade para promover trabalhos mediúnicos, remunerados. O
espiritismo não apóia e não credencia ninguém a este tipo de serviço.
Kardecismo,
Esta confusão se iniciou ainda no século dezenove, quando os Cultos
Afro-brasileiros sofriam de perseguição religiosa, embasado no
preconceito e na intolerância religiosa. A constituição Brasileira de
1824 já estabelecia que a religião oficial do Estado era o Catolicismo.
Visando fugirem destes ataques e num gesto desesperado para consolidar e
propagar sua doutrina, grupos umbandistas passaram a se auto intitular
espíritas, inclusive, com a chancela da Federação Espírita Brasileira
(por breve período), passando a usar a alcunha de espírita umbandista.
Mais recentemente, para diferenciarem-se dos grupos umbandistas que se
intitulavam espíritas, adeptos do Espiritismo, insatisfeitos com a
associação indevida entre as duas doutrinas passaram a se intitularem
espíritas kardecistas, mostrando claramente que seguiam a doutrina
codificada por Allan Kardec.
Espiritismo – Religião Cristã
A Doutrina Espírita se fundamenta nos ensinamentos transmitidos pelos
espíritos de ordem superior a Allan Kardec; estes ensinamentos estão
registrados nas obras básicas que compõem a codificação da Doutrina
Espírita (vide Box fim da matéria). É uma doutrina cristã, pois se
baseia no evangelho de Jesus e segue seus ensinamentos visando a reforma
moral e o aperfeiçoamento espiritual do ser humano. Usar o termo
kardecismo ou espírita kardecista (Fontes lexicográficas como o
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, o Novo Dicionário Aurélio da
Língua Portuguesa, o Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa e
o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa aderem a expressão.) para
se referir ao Espiritismo, não é exatamente um erro, mas redundância,
uma vez que o Espiritismo é único e, não se baseia nos ensinamentos de
um homem apenas. A doutrina é dos espíritos, foi enviada por eles
através de suas comunicações, o que Kardec fez foi apenas transmiti-la
ao mundo, assim como outros pensadores e médiuns também deram sua
colaboração.
Recapitulando,
O Espiritismo é uma religião
que foi criada de forma totalmente diferente das demais religiões
conhecidas no planeta. Nasceu em abril de 1857 data do lançamento de O
Livro dos Espíritos; veio da vontade de um grupo de homens
desencarnados, que, vivendo no mundo espiritual, sentiram a necessidade
de revelar aos encarnados, informações sobre a vida após a morte.
Desejavam informar que a vida continuava após o enterro do corpo físico.
E que o espírito que animou aquele corpo continuava vivo, podendo
retornar a vida em outro corpo, e resgatar seus débitos e erros em nova
oportunidade de existência física. O Espiritismo vem da França,
codificado pelo pedagogo Hippolyte Leon Denizard Rivail, conhecido como
Allan Kardec, nome que ele adotou para diferenciar a figura do professor
francês da figura do pesquisador de fenômenos espirituais.
Brasileirinho
Mas, foi em terras tupiniquins, que o Espiritismo se transformou na
grandiosa religião, que, hoje é destaque em todo o mundo. Aqui, ganhou
status religioso diferente da forma como era visto na Europa, sua terra
de origem. Se na França predominava o caráter filosófico, no Brasil, o
caráter religioso, respaldado pela carência social, ganhou forças e se
transformou na religião de amor, esclarecedora e racional, que levou
conforto a inúmeras pessoas ansiosas por respostas esclarecedoras sobre a
vida física e a vida espiritual. E foi justamente nesta busca por
respostas críveis que o Espiritismo cumpre seu papel de ser uma doutrina
filosófica, religiosa e cientifica. Foi no Brasil que grandes médiuns
(Euripedes Barsanulfo, Peixotinho, José Arigó, Chico Xavier...),
pesquisadores e pensadores (Bezerra de Menezes, Caibar Schutel, Anália
Franco, José Herculano Pires...), puderam vivenciar o Espiritismo
cientifico, mesmo enfrentando resistências daqueles que insistiam em
afirmar que a ciência não aceitava o Espiritismo. Allan Kardec, pioneiro
nos estudos e fenômenos espíritas, recebeu dos espíritos que, já
previam este conflito, a seguinte orientação "Se algum dia a Ciência
comprovar que a Doutrina Espírita está errada em algum ponto, cumpre ao
espírita abandonar esse ponto equivocado e seguir a orientação da
Ciência".
A beleza do Candomblé
Embora a Umbanda e o
Candomblé acreditem na reencarnação e pratiquem o intercambio com o
plano espiritual, não se pode afirmar que elas sejam doutrinas ligadas
ao Espiritismo. Ambas são doutrinas que podem ser consideradas
genuinamente brasileiras; criadas e codificadas no Brasil, tem
simpatizantes nas principais religiões como o Espiritismo e o
Catolicismo. O Candomblé cultua forcas e energias difíceis de serem
compreendidas pelos espíritas. Suas praticas mediúnicas, com inspiração
baseada nas religiões africanas são seculares e precedem o Espiritismo. É
uma doutrina de entrega e compromisso.
O candomblecista
(Adepto do Candomblé) em inúmeros momentos é mais disciplinado que o
espírita, e apesar de a Doutrina Candomblecista não ter um estudo
sistematizado com livros próprios, seguem com coerência os ensinos
religiosos que são passados aos pais de santo e destes para os membros
da casa. O candomblecista, assim como o espírita, crê na existência da
vida após o desenlace do corpo físico (os desencarnados no Candomblé são
chamados de Eguns), e veneram os orixás (divindades) que são cultuados
durante as festas e o cumprimento de obrigações (oferendas). No
Espiritismo não há veneração pelos espíritos e nem a divindades, mas sim
um grande respeito por aqueles seres, cuja comunicação, demonstre se
tratar de um espírito de ordem superior (espírito evoluído).
Para o
Espiritismo qualquer espírito, senhor de suas ações, pode se comunicar
(De alguma forma: psicografia, psicofônia, intuição, etc.) com um
médium. No Candomblé é comum que os Orixás se expressem através do jogo
de Ifá (oráculo).
A vez da Umbanda
A Umbanda, por sua
vez, surgiu após o Espiritismo, no ano de 1908 através de um médium
chamado Zélio Fernandino Moraes, com a orientação do espírito que se
identificava como Caboclo das Sete Encruzilhadas em Niterói no estado do
Rio de Janeiro. A Umbanda é uma doutrina espiritualista, que como o
Espiritismo, acredita na sobrevivência do Espírito e na comunicação com o
plano espiritual. Sua formação sofre influências da cultura religiosa
brasileira como o Catolicismo, o Espiritismo e das seitas
afro-brasileiras com destaque para o Candomblé. Seu fundador organizou
uma doutrina pura e com conceitos próprios, diferenciando a nova
religião do Candomblé e das outras seitas com inspiração afro existentes
na época.
As divisões
Até a década de quarenta (século
20), as religiões que se declaravam com descendência africana ou, que
mantinham alguma semelhança com estas seitas eram perseguidos pela
policia. Tinham seus centros e terreiros fechados e seus responsáveis
presos. A situação somente melhorou um pouco em 1945 através da
persuasão e luta do dirigente de uma das sete casas de umbanda
existentes na época (Todas elas fundadas com a orientação do Caboclo das
Sete Encruzilhadas) o médium José Álvares Pessoa. Ele obteve junto ao
Congresso Nacional a legalização dos cultos umbandistas. Com a
perseguição da policia aos cultos afros, os grupos religiosos que não
seguiam as regras do fundador da Doutrina Umbandista, passaram então, a
se intitularem como membros legítimos da religião, objetivando fugir do
cerco montado pela policia. Nesta esta época, a religião sofreu baixas e
mudanças substanciais, fatos que alteraram sua essência e colaboraram
para a divisão de pensamento e interpretação do conceitos da Umbanda.
Mesa branca
Assim como o Espiritismo, a Umbanda teve e tem seus momentos de
perseguição e segregação, mas conseguiu vencer estes obstáculos, e hoje é
uma das religiões mais importantes do país, mesmo não constando nos
primeiros lugares nos índices de percentuais do IBGE. Como o
Espiritismo foi aceito na sociedade católica antes da Umbanda, ele
serviu de fuga para que grupos umbandistas não fossem tão
marginalizados. Na prática a historia se repetiu. Como a Umbanda serviu
de apoio para os grupos afros no passado, os umbandistas para se
desviarem de perseguições e preconceitos passaram a se intitularem
espíritas. Desta forma a confusão estava formada. Afinal quem é espírita
e quem é umbandista? Atualmente os centros umbandistas estão empenhados
em aprender, e se inspiram no espiritismo e inclusive usam suas obras
básicas, mas as diferenças estão bem claras em suas crenças e cultos.
Certamente, a Umbanda como uma religião recente, ainda sofrerá muitas
mudanças e possivelmente o Espiritismo será um colaborador, assim como o
Catolicismo e o Candomblé. Fica claro que a Umbanda e o candomblé são
religiões brasileiras, tem uma historia própria que precisa ser contata e
valorizada, escrita como aconteceu com o Espiritismo. Estas doutrinas
podem andar com as próprias pernas, pois já não se confundem tanto com
os preceitos espíritas.
Saiba Mais:
Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicológicos – Allan Kardec- Edicel
Os Intelectuais e o Espiritismo - Ubiratan Machado - Edições Lachâtre
O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas – Deolindo Amorin – FEB Editora
Espiritismo Básico - Pedro Franco Barbosa – FEB Editora
Grandes Espíritas do Brasil - Zeus wantuil – FEB Editora
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